Por favor, avise que esteve aqui, deixando pelo menos um "oi"!

quarta-feira, 6 de abril de 2011

Como se vive a Quaresma entre os cristãos?

Um olhar sobre várias perspectivas ligadas à preparação da Páscoa: como se celebra noutras Igrejas, qual a sua origem histórica, o que significa para quem entra na Igreja Católica através do Batismo. Perspectivas que se cruzam e ajudam a dar sentido à vivência deste tempo litúrgico. O ano litúrgico como hoje o conhecemos pretende levar os católicos a celebrar sacramentalmente a pessoa de Jesus Cristo como "memória", "presença", "profecia". Na Igreja primitiva, o mistério, a celebração, a pregação, a vida cristã tiveram um único centro: a Páscoa - o culto da Igreja primitiva nasceu da Páscoa e para celebrar a Páscoa. No início da vida cristã encontra-se o Domingo como única festa, com a única denominação de "Dia do Senhor". Por influência das comunidades cristãs provenientes do judaísmo, surgiu depois um "grande Domingo", como celebração anual da Páscoa. A celebração do batismo na noite de Páscoa, já em uso no século III, e a disciplina penitencial com a reconciliação dos penitentes na manhã de Quinta-feira Santa, já no século V, fizeram nascer também o período preparatório da Páscoa, ou seja, a Quaresma, inspirada nos "quarenta dias bíblicos". A Semana Santa apresenta-se, neste contexto, como a Semana Maior do ano litúrgico. Graças à peregrina Egéria, que viveu no final do século IV, conhecemos os rituais que envolviam estas celebrações no princípio do Cristianismo. Ela descreve no seu livro "Itinerarium", a liturgia que se desenvolveu em Jerusalém, teatro das últimas horas de vida de Jesus, e compreende o intervalo de tempo que vai do Domingo de Ramos à Páscoa. Na Idade Média, esta semana era chamada a "semana dolorosa", porque a Paixão de Cristo era dramatizada pelo povo, pondo em destaque os aspectos do sofrimento e da compaixão. Atualmente, muitas igrejas locais dão ainda vida a essa tradição dramática, que se desenrola na Via-Sacra, procissões e representações da Paixão de Jesus. As outras Igrejas Paixão, morte e Ressurreição de Cristo são as doutrinas comuns a todos os ramos do Cristianismo e que, ao mesmo tempo as distingue das outras religiões. A Quarta-feira de cinzas marca o início da Quaresma para todas as Igrejas cristãs, mas apenas a tradição católica a assinala obrigatoriamente com a simbologia da imposição das cinzas. A Igreja Lusitana de comunhão Anglicana e também a Presbiteriana diferem pouco da tradição católica. Pequenos detalhes marcam a diferença. “A Igreja Lusitana é católica mas não é romana, ou seja, não reconhecem a autoridade a Roma. A atividade litúrgica é, por isso, muito semelhante”, explica o Bispo Fernando Soares. O tempo de Quaresma principia na Quarta-feira de cinzas com o rito de imposição das cinzas. Não é uma prática de todas as igrejas, “dependerá da sensibilidade das comunidades”. Também a Igreja Evangélica Metodista Portuguesa não tem doutrinas nem normas específicas sobre este culto, mas em alguns países, “apenas em sentido tradicional e voluntário, há uma cerimônia nesta data, com ou sem imposição de cinzas”, explica o Pastor Jorge Barros. Talvez a maior “detalhe” nas celebrações da Igreja Lusitana aconteça no Domingo de Ramos. Durante a Quaresma, são feitas, em folhas de palmeira, pequenas cruzes que no último Domingo da Quaresma, são abençoadas e distribuídas aos fiéis que, durante a leitura do Evangelho sobre a crucificação de Jesus, as seguram na mão. “É uma cruz pequena que se usa para marcar os livros. Algumas pessoas gostam inclusivamente de levar para alguns familiares”. Um pequeno símbolo que pretende “reforçar a relação de cada um com a cruz de Cristo”, explica o Bispo Fernando Soares. A tradição Presbiteriana aponta como diferença a leitura do Evangelho no Domingo de Ramos. Enquanto a tradição católica revive toda a paixão de Cristo neste Domingo, a Igreja Presbiteriana apenas lê a entrada de Jesus em Jerusalém, deixando o restante relato para a Semana Santa. Os sete dias antes da Páscoa são uns tempos especiais de preparação para os fiéis presbiterianos e também para os metodistas. “A Semana Santa é a época do ano em que temos mais serviços religiosos, em especial nas igrejas paroquiais maiores, onde há serviços durante toda a semana, exceto no Sábado”, explica o pastor Jorge Barros.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Fique a vontade, sua opinião é muito importante!