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quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Dimensões da Espiritualidade do Catequista

“Sem uma espiritualidade que acalente e alimente,
o nosso trabalho como catequistas torna-se mero ativismo”

Há diversas "espiritualidades", muitos dons e serviços diferentes, mas um só o Espírito Santo que anima tudo e todos. (1Cor 12,4-11). Deste modo, o catequista é chamado a descobrir sua Missão e espiritualidade específicas.

Conforme a vocação e missão de cada um, acentuam-se aspectos do Evangelho que mais causam inspiração. Deve ficar claro que são aspectos de uma mesma vida evangélica.

Os catequistas se sentem impulsionados pelo Espírito Santo para se dedicarem a missão de
catequizar, de anunciar a riqueza que nos foi dada na pessoa de Jesus e do reino inaugurado por ele.

Como cristãos comprometidos com a vocação de anunciador da Boa Nova, o catequista precisa viver intensamente a sua espiritualidade cristã, fazendo ecoar a Palavra de Deus no coração e na vida dos catequizandos.

O catequista deve ser aquele que vive com intensidade cada momento de sua vida, percebendo nele a presença de Deus, "saboreando" Deus e vendo os fatos com os olhos de Deus. Faz criar um novo olhar sobre o mundo e a vida. Assim, ajuda seus catequizandos e a comunidade a fazer essa mesma experiência, levando-os a querer conhecer sempre mais Jesus Cristo.

“A espiritualidade do catequista deve ser a atitude de quem mergulha dentro dos fatos para descobrir e saborear neles a presença ativa e criativa da Palavra de Deus e, além disso, procura comprometer-se com o processo de transformação que esta Palavra está provocando dentro da história”.

Entre as diversas características de uma espiritualidade própria dos catequistas, podemos destacar:

A) A ESPIRITUALIDADE BÍBLICA

A Bíblia ocupa um lugar muito especial na espiritualidade do catequista. É o principal alimento para formar uma espiritualidade autêntica. Dessa espiritualidade bíblica vai depender a maneira como o catequista orienta seus catequizandos. Quem não tem nenhuma familiaridade com a Bíblia dificilmente fará uma catequese bíblica.
O primeiro “livro” que Deus escreveu é a própria vida. A Bíblia quer iluminar essa nossa vida, orientar, mostrar o que Deus quer dizer através de situações e acontecimentos. Por isto,
devemos sempre ler a Bíblia a partir da nossa realidade concreta e ver qual é a luz que a Bíblia traz para nós e como mostra o caminho para transformar aquilo que não é conforme o projeto de Deus.
Por isso, precisamos aprender a ler, meditar, rezar e viver a Palavra de Deus. Deve despertar nos catequizandos o gosto por essa Palavra.
A espiritualidade do catequista é alimentada pela capacidade de ouvir o que o Senhor deseja através da sua Palavra, pois o seu ministério é o da Palavra. Somente falará daquilo que soube escutar do Mestre no exercício da sua missão profética na comunidade, atualizando-a, tornando-a compreensível para seus irmãos, para suscitar adesão à Jesus. A Igreja recomenda muito a antiga e sempre nova tradição da prática da Lectio Divina (Leitura Orante da Bíblia), seja individualmente ou comunitária, como grande tesouro da tradição da Igreja oferecido aos fiéis.

B) A ESPIRITUALIDADE PROFÉTICA

Profecia é anúncio do Projeto de Deus, convocação para assumir a causa do Reino de Deus e denúncia de tudo o que é contra a vida. Na qualidade de profeta, o catequista deve fazer a experiência de Deus marcada pela indignação diante da injustiça, da opressão, da Marginalização e da exclusão. O catequista fala em nome de Deus, mas também em nome dos oprimidos e injustiçados que não têm voz. É uma pessoa comprometida pela causa da justiça e fiel ao projeto de Deus para o seu povo.
O anuncio da Boa Nova provoca, muitas vezes, conflitos não só nos outros, mas em nós mesmos. Pelas denúncias que o profeta faz, ele atrai sobre si o conflito e a perseguição. É acusado,
difamado, incompreendido. Porém, a espiritualidade, nos dá forças para resistir à perseguição e à calúnia e também nos leva a estar atentos, a nossa própria forma de viver e agir. A participação no ministério profético é principalmente com o testemunho da própria vida, acompanhado da palavra na proclamação do Reino de Deus. O Reino de Deus constitui o coração da mensagem e da vida de Jesus, o centro e o núcleo da mensagem a ser anunciada.

Continua na Proxima Postagem!

Espiritualidade e imagens de Deus

Não é difícil perceber como o nosso jeito de ser, de rezar, de interpretar os fatos está intimamente ligado a imagem de Deus que cultivamos. Sabemos que qualquer idéia ou definição de Deus será sempre incompleta, imperfeita, parcial. Por isso temos Jesus, revelação do Pai.

Muitas vezes nossas atitudes deixam de revelar um Deus-Amor e Misericórdia e acabam por imprimir uma imagem de um Deus severo, juiz e castigador. A experiência e a imagem que temos de Deus pode influenciar determinantemente a experiência e a imagem que nossos catequizandos podem ter de Deus.

Um discernimento constante nos ajudaria a perceber nossas reais motivações para a vivência de nossa espiritualidade. Sempre cabe perguntar: Isto que estou fazendo ou sentindo, apontam para que tipo de imagem de Deus? Essa imagem é a do Deus revelado por Jesus ou é o retrato distorcido daquilo que Deus é em sua essência?

Espiritualidade é:
• É descobrir a providência divina nas dificuldades diárias;
• Desde a alegria de ter nascido até a respiração que faço agora;
• É sentir Deus no abraço de uma criança;
• É ir dormir morrendo de cansaço, mas feliz por ter sentido Deus no serviço ao outro;
• É ver noticiários de pessoas que fazem algo bom e se alegrar com isso;
• É perguntar: Senhor, o que queres que eu faça?

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

INTER TV, CADÊ VOCÊ?



por: ADERBAL CARAPINA – CIDADÃO DE MONTES CLAROS

JORNALISMO COVARDE - ESSA PEGOU MAL, INTERTV.

Neste sábado, 19/02 foi realizada em Montes Claros uma manifestação popular, que, segundo a polícia militar, contava com cerca de 4.000 pessoas.

A manifestação tinha por mote “FORA TADEU”. O povo, cansado dos descalabros e caos generalizado na administração municipal, se manifestou em pacífico, limpo, apartidário e organizado protesto, que foi elogiado pela Polícia Militar, que não registrou um só caso de desordem, depredação ou prisão.

Os manifestantes reclamavam a presença da tv local – INTERTV Grande Minas – que registrou de forma apenas passageira e sem destaque a manifestação do dia anterior.

Os manifestantes, neste sábado, gritavam palavras de ordem, cobrando, entre outras coisas, a cobertura dos eventos.

A INTERTV NÃO REGISTROU O EVENTO... LAMENTÁVEL!

Assisti ao jornal vespertino e vi, entre chocado e revoltado, reportagens com temas amenos, como o da importância de um guardião de piscina. “Reportagem” de quase 5 minutos dos 20 de duração do jornal.

Liguei para a TV para saber porque não houve a cobertura de um evento de tanta magnitude, se considerado o tamanho da cidade e a importância do evento, sem dúvida maior do que o tema sobre guardião de piscina. Fui informado por uma funcionária do setor de “jornalismo” (aspas e minúsculas mesmo, porque JORNALISMO de verdade é diferente) que os repórteres tiveram medo de registrar, pois os manifestantes pareciam hostis.

Ora... Observem que até mesmo a PM elogiou a organização e pacifismo do protesto, mas, abstraindo este fator, fiquei pensando se uma afiliada da TV Globo, que tem em seus quadros excelentes JORNALISTAS como Ari Peixoto, que cobre as manifestações no Egito, onde vários JORNALISTAS foram agredidos; se a TV Globo, que tem um programa chamado PROFISSÃO REPÓRTER, que mostra reportagens corajosas; Se a TV Globo, que tem JORNALISTAS como Pedro Bial (antes do BBB) que registrou a queda do muro de Berlim; se a TV Globo que tem jornalistas do porte de um Ernesto Paglia, que me lembro de ter visto de capacete e colete à prova de bala cobrindo conflitos no Oriente Médio; se a TV Globo que ainda outro dia teve um helicóptero com jornalistas atingido por balas de bandidos cariocas, apoiaria a postura profissional e "jornalística" de uma sua afiliada que inaugura o JORNALISMO COVARDE, em oposição clara a uma linha jornalística considerada corajosa e isenta.

O povo gritava, perguntava, cobrava e afirmava: “INTERTV, CADÊ VOCÊ? A PREFEITURA COMPROU VOCÊ!”.

A funcionária garantiu que eles não são comprados. Falar é fácil, mas a prova, toda a rede ficou devendo, já que a maior evidência de que não são comprados seria ter coragem de filmar e veicular os protestos. (nem cobro investigar e denunciar. Sou um cara tolerante).

A população cobrava, perguntava CADÊ VOCÊ? Não seria mais efetivo dizer, ESTAMOS AQUI! VAMOS COBRIR!

Não seriam agredidos. A manifestação foi pacífica, a Polícia estava presente, daria cobertura caso fosse necessário, mas não seria.

A INTERTV GRANDE MINAS não respondeu, não provou. FICOU DEVENDO! Colocou mais dúvidas ainda na cabeça da população que, entre outras coisas, reclama do caos da saúde, dos desvios de verbas, do caos das avenidas, que a julgar pelos buracos, terá que ver seu direito constitucional de ir E vir, transformado em direito de ir OU vir, pois se for ou vier, pode se arrebentar em um dos milhares de buracos que enfeiam e prejudicam a cidade.

O interessante é que a INTERTV veicula uma nota (paga?) da prefeitura falando sobre seus motivos de realizar as demissões que realizou. A nota tem em suas entrelinhas a afirmação, que soa irônica - “aos insatisfeitos resta o direito democrático de protestar”.

Todos os políticos têm, sem dúvida, quem goste e que não goste deles, mas quando parte expressiva da população se manifesta em ato público, o político deveria refletir, e não ironizar em notas pagas ou “twitando”, como o prefeito de Montes Claros faz. Collor não refletiu. Permaneceu em sua postura arrogante. CAIU! Antes de cair, teve JORNALISTAS corajosos que denunciaram o que devia ser denunciado, que cobriram manifestações do povo, que, enfim, não tiveram medo.

AQUI NÃO É ASSIM!

Resta ao povo o Ministério Público, que investiga as várias evidências de falcatruas e má versação do dinheiro público.

Jornalismo corajoso investiga, cobre, denuncia e divulga.

AQUI NÃO É ASSIM.

INTER TV, CADÊ VOCÊ?

A PREFEITURA COMPROU VOCÊ???

JORNALISMO COVARDE - EU NÃO ASSISTO MAIS.

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Salmo do catequista



Senhor, eis-me aqui diante de Ti para te servir.
Tu me chamaste e, apesar da minha relutância em atender, inflamaste meu coração com o fogo do teu Amor. Tu me ungiste como aos profetas e imprimiste em mim o selo que identifica aqueles a quem escolheste.
Sei que não sou pessoa melhor do que outras, mas confio em Ti e me entrego para que faças em mim a obra de tuas mãos. Para que dessa forma eu possa dar testemunho de Ti e da tua presença entre nós.
Senhor, põe em meu coração a compaixão e a misericórdia, para que me aproxime dos meus irmãos com a alma aberta e livre de preconceitos de toda espécie.
Põe na minha mente sabedoria e entendimento para que eu possa perceber tua presença mesmo nos lugares e nos fatos mais improváveis.
Põe na minha boca palavras de paz e de esperança para que eu possa anunciar tua Boa Nova tocando o coração daqueles que me confiares.
Sou pessoa pequenina, Senhor, diante da grandeza do teu chamado.
Grande é o caminho da Catequese, dá-me forças para não desanimar na caminhada.
Grande é o desafio de educar meus irmãos e irmãs na fé, dá-me a coragem para superar todos os obstáculos.
Grande é a missão que a Igreja me confia, dá-me o discernimento necessário para que eu saiba que és Tu que realizas todas as obras e que sou apenas um instrumento em tuas mãos.
Abençoa-me, Senhor; abençoa meu ministério; e abençoa todos aqueles que me forem confiados, para que brote no meio de nós as sementes do teu Reino e floresça a justiça e a paz. Amém.

SAÚDE, EDUCAÇÃO DE QUALIDADE, INFRA-ESTRUTURA E UMA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA MUNICIPAL SÉRIA E ÉTICA MONTES CLAROS NÃO TEM

Por Pedro Ricardo - Jornalista


O DINHEIRO DO POVÃO, ADMINISTRADO PELO DESGOVERNO DO PREFEITO QUE ATÉ POUCO TEMPO DIZIA QUE "VEIO DO OCO DO PAU", ESTÁ SENDO INVESTIDO EM CIRCO, PORQUE NEM PÃO O POVO NÃO TEM MAIS DIREITO.

JÁ PASSAMOS DO MOMENTO DE DARMOS UM BASTA NESSA PALHAÇADA.

ATÉ QUANDO, AS ENTIDADES DE CLASSE E NÓS, CIDADÃOS CONSCIENTES, VAMOS FICAR DE BRAÇOS CRUZADOS VENDO O CAOS ACONTECER???????

O QUE ESTÃO FAZENDO OS DIRIGENTES DA ASSOCIAÇÃO COMERCIAL, MINISTÉRIO PÚBLICO, CÂMARA DE DIRIGENTES LOJISTAS - CDL, ORDEM DOS ADVOGADOS DO BRASIL - OAB, POLÍCIA FEDERAL, DEMC, DCE, DOS SINDICATOS DE TRABALHADORES, MAÇONARIA, DOS SINDICATOS PATRONAIS, DA FIEMG, DOS CLUBES ROTARIANOS, DAS ASSOCIAÇÕES DE BAIRRO, OS JUÍZES QUE TEM EM MÃOS VÁRIOS PROCESSOS CONTRA O PREFEITO, BEM COMO AS IGREJAS CATÓLICAS E EVANGÉLICAS???????

EM PLENO SÉCULO 21 NÃO É POSSÍVEL VIVERMOS NA 5ª MAIOR CIDADE DE MG, REGIÃO SUDESTE E MAIS DESENVOLVIDA DO PAÍS, ASSISTINDO DE BRAÇOS CRUZADOS UMA SITUAÇÃO COMO A QUE SE VERIFICA EM MONTES CLAROS NESTES ÚLTIMOS DOIS ANOS.

Onde estão os "nossos deputados": GIL PEREIRA (PP), CARLOS PIMENTA (PDT), HUMBERTO SOUTO (PPS), JAIRO ATAÍDE (PFL), ANA MARIA REZENDE VIEIRA (PSDB), PAULO GUEDES (PT) E A VICE-PREFEITA, CRISTINA PEREIRA ???????????

E O QUE DIZER DA IMPRENSA, QUE ENGOLE O QUE O PREFEITO FALA????

A SOCIEDADE CIVIL PRECISA FAZER ALGO, URGENTE!

Montes-clarenses protestam contra caos na administração


* Do Blog do Luis Carlos Gusmão

A internet tem tido papel fundamental na luta contra a incompetência e o caos que tomou conta de Montes Claros, na atual administração, sem nenhum comentário da nossa imprensa, que foi quase toda comprada, segundo denúncia do Comitê de Combate à Corrupção de Montes Claros, encaminhada para o Ministério Público, mostrando quanto recebe cada órgão de imprensa na cidade. Uma espécie de mensalinho que a Prefeitura paga para divulgar apenas o que Tadeu manda.

Por causa disso, a internet através do Facebook, Orkut, Twitter, MSM, E-mails, Blogs e Sites, virou o único meio de mostrar as verdades, que a imprensa esconde. O twitter “O que Tadeu fez”, por exemplo, está sendo o maior fenômeno na cidade, ficando entre os Trending Topics (termos mais citados) do Twitter e chegou ao topo da lista do microblog nas últimas 72 horas. Os montes-clarenses resolveram criar o twitter (O que Tadeu fez?), após o caos que foi instalado na cidade, pelo prefeito Tadeu Leite. Ontem os twitteiros mais acessados destacaram o fenômeno do twitter @oquetadeufez, dentre eles o apresentador do programa CQC, da Band, Marcelo Tas que mandou seu recado: “Alo pessoal de Montes Claros, se vocês querem mesmo se manifestar, tirar prefeito... Tirem a bunda dessa cadeira e já para as ruas!”. Até a apresentadora americana de TV, Oprah Winphrey queria saber quem é esse tal de Tadeu.

Jovens nas ruas convocados pela internet, enquanto mídiatradicional ignorou movimentação.

A manifestação “Fora Tadeu” aconteceu nesse sábado, 19 na praça Dr. Carlos, com a participação de milhares de jovens, que concentraram na praça Dr. Carlos e saíram pelas ruas de Montes Claros, gritando Fora Tadeu!. A InterTV, TV Gerais, TV Alterosa, Canal 20, Estado de Minas, Jornal de Notícias, Gazeta etc, fingiram que nada estava acontecendo. A única exceção ficou por conta do Hoje em Dia.

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

A oração: alimento para a espiritualidade

“No suor dos teus dias, usa a oração sem mostrá-la.
Na oração falas com Deus, no serviço Deus te fala”.
A oração faz parte da espiritualidade. Porém, não é a mesma coisa que espiritualidade. Esta é mais do que a oração. Podemos fazer oração, mas não termos espiritualidade. É o caso da oração que separa fé e vida, que se isola da história. Torna-se oração descomprometida com a vida, oração sem a presença e a abertura verdadeira para Deus.

A oração para ser parte da espiritualidade deve ser vivida, testemunhada. Ela deve criar uma relação amorosa com Deus, uma intimidade. É a oração que vai alimentar, nutrir e fortalecer a espiritualidade.
Para melhor entendermos, vale lembrar a analogia do amor conjugal que a Bíblia tanto usa. A autenticidade dos momentos de especial intimidade do casal humano, como expressão de amor, depende muito de como eles vivem o ritmo mais comum e permanente da vida a dois. Beijo de gente que se ama vinte e quatro horas por dia, é diferente de quem busca o outro apenas para uma satisfação passageira. Seria muito estranho se o casal dispensasse momentos de maior intimidade com desculpas do tipo: “Não precisa! Já moramos juntos na mesma casa.
Estamos cansados de saber que nos queremos bem”... Ora, que quem entra por este caminho acaba esfriando e esvaziando o relacionamento conjugal. O amor vai definhando por falta de gestos concretos de carinho e reciprocidade.
Assim também ocorre com a oração. Somente uma vida de oração pode dar consistência aos momentos específicos de intimidade com Deus. A oração é o combustível para a dinâmica do encontro permanente com Deus e da leitura da sua presença nas mais diferentes situações.
Para o teólogo Marcelo de Barros, a oração é uma experiência integradora: “cuidar da oração é olhar de novo a raiz de nossa vida, de nossas opções e trabalhos e garantir a saúde da árvore inteira”.

Importante é perceber a oração como experiência de amor. Ela, como diz Santa Teresa de Jesus, “não é nada mais do que um íntimo relacionamento de amizade a sós com aquele que nos
ama”. O caminho da espiritualidade supõe esforço, exercício (ascese), uma certa disciplina, porque a oração não é algo instintivo, que nos vem de dentro. Ela exige seu tempo, seu lugar. Se não se impõe certa disciplina, a oração acaba sendo prejudicada. Daí a importância de abrimos espaços permanentes na nossa prática pastoral para esse encontro pessoal e profundamente com Senhor (encontro também comunitário). Momento para a pessoa se trabalhar, penetrar na profundidade do mistério.
Temos que nos sentir “seduzidos” pela profundidade do encontro, e reviver a experiência de Jeremias: “Tu me seduziste, Senhor, e eu me deixei seduzir” (Jr 20,7).

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Espiritualidade do Seguimento para o Catequista-Discípulo Missionário

“Como discípulos e missionários de Jesus, queremos e devemos proclamar o Evangelho, que é o próprio Cristo. (...) somos portadores de boas novas para a humanidade, não profetas de desventuras” (DA 30).

A espiritualidade cristã rima com missão e seguimento. Deixar-se guiar pelo Espírito que animou Jesus em sua missão é o propósito para aquele que deseja se colocar no caminho do discipulado-missionário de Jesus.

No ponto de partida da espiritualidade do seguimento se opera um encontro com o Senhor. Os Evangelhos nos relatam que Jesus chama os discípulos: “segui-me e eu vos farei pescadores de homens” (Mc 1,17; Mt 4,19; Jo 1,43). A convocação ao discipulado apresenta um caráter absoluto e incondicional. Não há possibilidade de meios-termos. A resposta dos discípulos é imediata: “e deixando as redes o seguiram” (Mc 1,18); “e eles, deixando o pai Zebedeu no barco com os empregados, partiram em seu seguimento” (Mc 1,20).
Deixar as redes e o pai significa deixar tudo, romper com a vida anterior. É romper com a tradição e com as seguranças do mundo. O discípulo renuncia tudo isso para acolher a novidade do chamado que se faz urgente e necessário. O seguimento implica igualmente uma exigência de
renúncia de si, o que significa descentrar-se para centrar-se em Jesus (Mc 8,34). Esse “desenraizamento” para o discipulado significa um “deixar” em função de receber em dom um mundo novo, uma nova existência.
A nossa sociedade tem necessidade de testemunhas apaixonadas por Cristo e seu evangelho, que fazem experiência de Deus e transmitam com a vida. No mundo secularizado em especial os jovens, eles tem sede de autenticidade, questionando se realmente acreditamos no que anunciamos, e se vivemos o que acreditamos e se anunciamos realmente o que vivemos?
Na medida em que é ponto de partida para o seguimento, a conversão instaura um dinamismo de vida movido pelo Espírito, que provoca uma saída de si mesmo e uma abertura para Deus e os outros. Junto com a conversão vem a sede de viver em sintonia com a proposta evangélica.

A fidelidade ao seguimento de Jesus convoca ao êxodo e ao compromisso. Aquele que se instala, se acomoda, deixa de ser seguidor de Jesus. O seguimento é disponibilidade, capacidade de mudança. O critério fundamental é pôr-se a caminho com Jesus.
O seguimento, enquanto êxodo, não significa somente “estar onde está Jesus”, mas trilhar os
seus caminhos. O cego Bartimeu que estava sentado à beira do caminho, provocado pela presença de Jesus, abandona a condição de estabilidade, deixando o que era tudo para ele (sua capa, seu mundo) para caminhar com Jesus (cf. Mc 10,46-52). “Não há fé onde não há seguimento de Jesus; e não há seguimento de Jesus onde não há movimento” (Jose Castillo). Uma comparação significativa: Poderíamos comparar a espiritualidade à raiz de uma árvore. Mas não basta uma espiritualidade se não houver uma mística própria. A mística é a seiva que vem das raízes e percorre toda a árvore. A Mística nos move para a realização do projeto de Deus. Ela dá sabor à espiritualidade.

O profeta Jeremias percebeu intensamente a mística do seu ministério: “Tu me seduziste Senhor e eu me deixei seduzir” (Jr 20,7-13). Ora, na mística, quem não se deixa seduzir por Deus acaba sendo seduzido por si mesmo.

A oração é como que a folhagem da árvore. É ela que faz a árvore respirar e se manter sempre viva e verdejante.

A proximidade é traço essencial da espiritualidade do discípulo. Seguir alguém em seu significado mais profundo quer dizer “estar próximo”, “estar junto” de quem convoca à caminhada.
Marcos salienta que Jesus constituiu os seus discípulos para que “ficassem com ele, para enviá-los a pregar” (Mc 3,13).
Seguir Jesus significa manter uma relação de proximidade com ele: “estar com Jesus”. É a viva experiência descrita na parábola da videira: “permanecei em mim” (Jo 15,4). A experiência da proximidade com o Senhor é uma experiência de gratuidade. É semelhante ao namoro: quando se ama, há sempre a necessidade de permanecer na presença do amado. O tempo da gratuidade é o tempo do calar, do silêncio e do encontro amoroso com Deus. É muito importante cultivar as condições para se “estar com o Senhor”, entregar-se a ele no silêncio e na contemplação para que o ministério catequético seja cada vez mais fecundo.

ESPIRITUALIDADE DO CATEQUISTA

Eis estudo que compartilho com todos:

O que é mesmo Espiritualidade?

Espiritualidade tem muito a ver com o sentido que damos à vida, aos fatos e acontecimentos.

A interpretação que damos a tudo o que vemos é fruto do tipo de espiritualidade que cultivamos. O modo como encaramos as coisas e a leitura que fazemos da realidade depende do tipo de espiritualidade que cultivamos. Isso significa que a espiritualidade influencia a maneira de enxergar o mundo e as coisas ao nosso redor.

Espiritualidade vem de Espírito, ou seja, uma força que envolve todo o ser da pessoa.
Assim, espiritualidade é justamente o nosso modo de perceber o "espírito" do que acontece à nossa volta. A espiritualidade nos faz entender o que há de transcendente ao nosso redor.

Na vida do cristão, a espiritualidade é a vivência da fé sob o impulso do Espírito Santo. É deixar o Espírito Santo motivar, animar, impulsionar a vida pessoal, o relacionamento com os outros, a vida da comunidade, da família. O Espírito anima, impulsiona, provoca unidade, energia e ardor.

É o Espírito que faz o homem através do batismo tornar-se filho de Deus, e deixando-se guiar por Ele, torna-o capaz de entrar em diálogo, recebendo o convite à profissão de fé.

Respondendo ao chamado, o coração se encherá do seu amor, provocando um estilo de vida.

A espiritualidade faz com que eu deixe o Espírito Santo inspirar o meu modo de pensar e animar todo o meu agir. Pela espiritualidade cristã assumimos um estilo de vida, um jeito de viver, um modo de estar no mundo. A espiritualidade cristã é a espiritualidade de Jesus, segundo seu Espírito. É viver a como ele viveu, fazer o que ele fez, viver o que ele viveu, assumir o seu projeto.

É servir aos irmãos. É comprometer-se com o Reino de Deus como Jesus se comprometeu.
Somente a força de Deus, o viver segundo o Espírito, nos faz sair de nós mesmos para nos colocar a serviço de uma causa em favor da vida. Sem esse impulso de Deus é impossível realizar um serviço duradouro e comprometido com o seu Reino.

Sem uma espiritualidade profunda, tudo vai perdendo o seu sentido. O desânimo, o comodismo, a tristeza, o abatimento, a omissão vão invadindo e tomando conta de nossa vida. A espiritualidade nos torna dinâmicos, firmes na fé e perseverantes na missão de seguir Jesus Cristo.

Assim, espiritualidade não é abstração, distanciamento dos fatos, da realidade, mas é viver,testemunhar e agir neles segundo o Espírito de Deus. Espiritualidade não é uma parte da vida, mas a vida inteira guiada pelo Espírito de Deus. Quem deseja viver uma espiritualidade autêntica não pode ficar parado, fechado às moções, aos apelos do Espírito Santo, não pode fechar-se em si mesma ou nas suas convicções. O Espírito é sempre questionador, impulsionador, animador.

Espiritualidade cristã é um estilo de vida que deve ser construído diária e permanentemente, é um exercício, um caminho de busca. É um itinerário na busca de Deus através de Jesus Cristo, no compromisso de gerar vida e justiça para todos.


Vale lembrar que não há apenas um tipo de espiritualidade, mas várias espiritualidades. Há a espiritualidade do leigo, do monge, do padre, da religiosa, do franciscano, do redentorista, do budista, do muçulmano, do catequista e assim por diante. E cada um tem uma espiritualidade que lhe é própria.

Espiritualidade não consiste simplesmente na realização de exercícios devocionais religiosos, mas num modo de posicionar-se na vida e ver todas as coisas. Já dizia o poeta Exupéry, no Pequeno Príncipe: “só se vê bem com o coração: o essencial é invisível aos olhos”. Pois bem, a espiritualidade consiste em olhar o mundo com os olhos do coração.

A espiritualidade ajuda o catequista a ter maior intimidade com Deus, a crescer no seguimento de Jesus como seu discípulo e a viver com coerência seu projeto de vida cristã.

* - *

Uma comparação significativa:

Poderíamos comparar a espiritualidade à raiz de uma árvore. Mas não basta uma espiritualidade se não houver uma mística própria. A mística é a seiva que vem das raízes e percorre toda a árvore. A Mística nos move para a realização do projeto de Deus. Ela dá sabor à
espiritualidade.

O profeta Jeremias percebeu intensamente a mística do seu ministério: “Tu me seduziste Senhor e eu me deixei seduzir” (Jr 20,7-13).

Ora, na mística, quem não se deixa seduzir por Deus acaba sendo seduzido por si mesmo.
A oração é como que a folhagem da árvore. É ela que faz a árvore respirar e se manter sempre viva e verdejante.

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Como elaborar um encontro de catequese

O encontro de catequese e sua dinâmica

Nestes últimos anos tem-se falado em Catequese Renovada e muitos pontos positivos contribuíram para que ela assim fosse chamada. Percebemos que algumas propostas da Catequese Renovada estão muito visíveis: o uso da Palavra de Deus, a importância de ligar a fé com a vida, perceber e respeitar as situações dos catequizandos tais (interesses, jeito de viver, idade, cultura...), a preocupação em fazer uma catequese mais comprometida com a comunidade, envolvimento da família, o uso de uma metodologia mais criativa, dinâmica...

O documento Catequese Renovada (26), nos faz propostas arrojadas e que ainda estamos por concretizar.
Para muitos catequistas, pais, agentes, padres... a catequese é ainda pensada:
• só para crianças;
• voltada para os sacramentos;
• para a celebração dos sacramentos que muitas vezes é uma formatura, portanto, depois disto é um adeus a todos os compromissos de fé e vida;
• os encontros de catequese são pensados como uma “aula escolar”;
• o encontro catequético é desligado da vida (problemas, exclusões, alegrias, lutas, meios de comunicação...).

A nossa preocupação é que se possa superar uma fé que apenas passa por um texto, ou doutrina, e que, com os nossos catequizandos, se possa fazer uma verdadeira experiência de Deus, vivenciada como processo e encarnada no dia-a-dia, na luta por mais justiça e acolhendo a vida como maior dom de Deus.
Diz o documento que a finalidade da catequese é a “maturidade da Fé, num compromisso pessoal e comunitário de libertação integral” (CR 318).

A maturidade da fé não se faz de um dia para o outro. Ela tem início na família, contínua na comunidade e acompanha a pessoa por toda a vida.

O princípio da interação: “Fé-Vida”

Existem muitos métodos, isto é, muitas maneiras para se chegar a alcançar objetivos.

A catequese usa o princípio metodológico da interação. Na vida de todo dia usamos interações que produzem efeitos benéficos. Veja, por exemplo, o fermento, a água e o trigo ajuntados, misturados, interados, são capazes de produzir um pão capaz de matar a fome.

Na catequese é preciso fazer interagir, isto é, misturar aquilo que é do campo de fé (Bíblia, tradição, liturgia, doutrina, ensinamentos da Igreja...) com tudo aquilo que é do campo da vida (acontecimentos, realidade, situações, aspirações, clamores, fatos alegres e tristes...).

“A interação é relacionamento mútuo e eficaz entre a experiência de vida e a formulação da fé, entre a vivência atual e o dado da Tradição” (CR 113). O conteúdo da catequese não é só doutrina, Bíblia, mas também a nossa vida.

Frei Bernardo dizia: O catequista precisa trazer numa mão o jornal e na outra a Palavra de Deus. Precisamos estar em contato com duas fontes: a Bíblia e a realidade humana.
Este método tem por finalidade educar para Ação-Reflexão, assim como fez Jesus, que se preocupou de educar seus discípulos para uma reflexão, partindo da vida (pobres, crianças, doentes, excluídos...).

Como trabalhar um encontro de catequese

Para melhor trabalhar o método de interação usa-se um pocedimento, ou melhor, um itinerário, que favorece o grande objetivo da catequese: “Para que todos tenham vida e vida em abundância” (Jo 10, 10).
Todo encontro parte da VIDA para chegar a mais VIDA com novos compromissos e novas atitudes...

O itinerário de um encontro, para muitos, é velho ou muito conhecido. Acontece, que existem muitos catequistas iniciantes e precisam estar seguros de como proceder ao realizar algum encontro.
Vejamos agora, parte por parte da dinâmica metodológica de um encontro:

ACOLHIDA, VER, JULGAR, CELEBRAR, AGIR, AVALIAR.

a) Acolhida: é a sala de visita do encontro. Pode ser expressa de muitas formas: gestos, cantos, símbolos, surpresas...

É importante que todo catequizando encontre sempre um ambiente acolhedor, fraterno amigo. Seja reconhecido na sua individualidade, chamando-o pelo nome.
Todo participante que se sente aceito e amado, participará com mais alegria e motivação.

b) Olhar a vida, ou ver a realidade, suscita a capacidade para a sensibilidade, consciência crítica, perceber com o coração e a inteligência aquilo que se passa ao redor.
Não é só olhar a realidade superficialmente, mas possibilitar o aprofundamento de fatos, causas, conseqüências do sistema social, econômico-político e cultural dos problemas.

O olhar a vida é o momento de ver o chão onde vivemos e de preparar o terreno da realidade para depois jogar a semente da Palavra de Deus.
A parte do ver pode ser concretizada através de desenhos, visitas, entrevistas, histórias e fatos contados, notícias, figuras, fitas de vídeo, dramatização...

c) Iluminar a vida com a Palavra (Julgar).

A partir da vida apresentamos a Palavra de Deus. Podemos compará-lo com a luz existente dentro de casa. Ela ilumina todo o ambiente isto é, nos mostra qual a vontade de Deus em relação à vida das pessoas, seus sonhos, necessidades, valores, esperanças...

Fazemos um confronto com as exigências da fé anunciadas por Jesus Cristo, diante da realidade refletida.
Dentro do julgar também colocamos o Aprofundamento da Palavra. Nesta parte aumentamos a luminosidade da casa para poder enxergar melhor.

É a hora que refletimos com o grupo para fazer uma ligação mais aprofundada da Palavra com a vida do dia-a-dia e perceber os apelos que Deus nos faz. Pode-se perguntar: O que a Palavra de Deus diz para a nossa vida? Sobre o que nos chama atenção? O que precisamos mudar? Que apelos a Palavra faz para mim e para nós?
O aprofundamento pode ser feito ainda com encenações, dinâmicas, cantos, símbolos...

d) Celebrar a Fé e a Vida. É um momento muito forte. É como se estivéssemos ao redor de uma mesa com um convidado especial.

O celebrar é como saborear em conjunto na alegria, ou no perdão, algo que nos alimenta porque nos dirigimos, nos aproximamos do convidado especial, que é Deus.
A celebração não deve ficar apenas na oração decorada. Os catequizandos aprenderão a conversar naturalmente com Deus como um amigo íntimo. É importante diversificar a oração usando símbolos, cantos, gestos, salmos, silêncio, frases bíblicas repetidas, relacionando sempre ao tema estudado e com a vida.

A partir das celebrações dos encontros é possível motivar os catequizandos na participação das celebrações, cultos, novenas, grupos de reflexão.

e) Assumir ações práticas. Todo encontro precisa conscientizar que ser cristão não é ficar de braços cruzados, e nem ficar passivo diante da realidade.

Trata-se de encontrar passos concretos de mudança das situações onde a dignidade é ferida, a partir de critérios cristãos. O agir é transformador e comprometedor. Está ligado à vida e à Palavra de Deus que questionam e exigem a mudança nas pessoas, famílias, comunidade.

Cada catequista necessita provocar o seu grupo para ações práticas. É preciso respeitar cada faixa etária, mas não será impossível fazer algo concreto. Os compromissos podem ser discutidos e assumidos de forma individual ou grupal.

f) Recordar o encontro. Não se trata aqui da aplicação de exercícios para decorar conceitos. O recordar nos leva a ruminar o que foi refletido, aprofundado, trazendo à memória algo essencial para ser fixado. A memorização é necessária sobretudo para conteúdos básicos de nossa fé. Se for aplicada alguma atividade, que esta seja para desenvolver o espírito comunitário de fraternidade, partilha, amizade e ajuda mútua.

Pode-se também pedir a ajuda para a família, sobre questões práticas.

g) Guardar para vida. Este passo dá importância à Bíblia. Precisamos que nossos catequizandos tenham na vida e na fala a Palavra de Deus. A partir do assunto tratado no encontro, podemos usar uma ou duas frases, tiradas dos textos bíblicos usados que dão a síntese do conteúdo, para serem compreendidas e vivenciadas.
As frases poderão ser escritas em papelógrafo ilustradas com desenhos, ou figuras e fixadas em local para serem vistas e memorizadas.

h) Avaliar. A avaliação ajuda a alegrar-se com as descobertas feitas, pelo que aconteceu de bom. É ela também que faz verificar as falhas, corrigir o que não foi bom.

Não podemos ficar somente no que o catequizando “aprendeu”, isto é, se sabe os mandamentos, sacramentos, mas é preciso avaliar as relações interpessoais, a responsabilidade, o comprometimento, o assumir os valores evangélicos como: diálogo, partilha, capacidade de perdoar, atitudes de fraternidade.

A avaliação é um passo precioso de crescimento. Ela faz parte de qualquer encontro.
São muitas as formas de avaliar. Pode-se utilizar dinâmicas, debates, partilha em grupo, individual, ou ainda, os próprios participantes escolhem alguém que no final do encontro poderá dar a sua opinião.

A grande fonte de avaliação é a observação atenta do que ocorre durante o processo catequético. Portanto, a avaliação não é só olhada dentro de quatro paredes, mas envolve a vida toda.

Parece simples preparar um encontro mas, como vemos, exige do(a) catequista dedicação, carinho e aprofundamento para tornar cada encontro, um espaço de crescimento mútuo.

Ao olharmos Jesus com seus apóstolos, veremos que seu método também tinha estes passos. É só verificar algumas passagens, como a dos discípulos de Emaús (Lc 24, 13-35) ou ainda o encontro com a Samaritana (Jo 4, 1-30) ou Zaqueu (Lc 19, 1-10).
Qualquer ambiente era propício para acolher-ensinar-aprender-conviver. Para Ele a importância estava nas pessoas.

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

A Catequese no Documento de Aparecida

A Catequese é ministério da nossa Igreja, e como tal deve seguir as orientações e normas que a Igreja propõe. Assim sendo, os catequistas que se colocam a serviço desse ministério devem conhecer bem qual o caminho que a Igreja traça para a caminhada da Catequese e aplicar-se com dedicação para trilhar esse caminho.

A melhor forma de conhecer o que a Igreja propõe é através dos Documentos que ela publica, destinados a traçar as diretrizes da ação catequética.

Por esse motivo, apresento a vocês uma síntese dos textos do Documento de Aparecida, com as conclusões da V Conferência do Episcopado Latino Americano e do Caribe, que fazem referência à Catequese. Esses textos são importantes e devem ser conhecidos e refletidos, buscando-se a melhor forma de aplicar as recomendações do V CELAM na Catequese paroquial.

(Os números citados no final dos parágrafos se referem ao número do parágrafo do Documento)

O Documento de Aparecida fala dos resultados fecundos que a renovação da catequese produziu não apenas na América Latina, mas que ressoou na América do Norte, Europa e Ásia graças aos missionários latino-americanos e caribenhos (DA99a)

No entanto, também fala de aspectos que devem ser cuidados, como é o caso das "linguagens pouco significativas" para a cultura atual e especialmente para os jovens, que dificulta a transmissão da fé e faz com que a Igreja tenha uma presença incipiente principalmente no meio universitário e na mídia(DA100d).

Entre outras coisas, Aparecida fala da necessidade de estudo do Diretório Ecumênico e das suas indicações em relação à catequese (DA 231).

Outra questão importante é a do discipulado, que exige o aprofundamento da fé em Jesus, apontando a catequese permanente, juntamente com a vida sacramental, como meio de fundamental importância no fortalecimento da conversão e no incentivo à perseverança da vida cristã (278c).

A catequese permanente deve ser a responsável pela definição da identidade cristã forte e inabalável que dê aos católicos a consciência de sua missão no mundo (286).

Mas essa catequese deve ter o caráter de experiência que leve ao " encontro com Cristo e à feliz celebração dos sacramentos capacitando o cristão para transformar o mundo". Essa catequese é chamada de "mistagógica" (290).

Tendo em vista a necessidade de assumir o anúncio do Evangelho para aqueles que desejam tornar-se membros da Igreja, a Catequese não deve apenas renovar-se no modo de ser, mas deve tornar-se o processo de formação adotado em todo o continente como catequese básica e fundamental para a iniciação cristã. Essa formação inicial terá continuidade, depois, na catequese permanente, no processo de amadurecimento da fé que é imprescindível (294-295).

A catequese é a responsável pelo fortalecimento da identidade católica pessoal e fundamentada que promove a adesão a Cristo. E essa tarefa é de todos os cristãos católicos (297)

Assim, a catequese não deve se restringir à preparação dos sacramentos, mas deve ser um processo permanente, orgânico e progressivo que se estenda por toda a vida. E nesse processo permanente a catequese com adultos é fundamental (298).

Nesse contexto, a catequese também não pode ser apenas doutrinal, mas deve educar a pessoa por inteiro, cultivando o relacionamento com Jesus na oração, na celebração litúrgica, na vivência comunitária e no serviço aos irmãos (299).

A Catequese deve ser missionária, indo até as famílias e aproveitando pedagogicamente a religiosidade popular, em especial a religiosidade mariana, como ponto de partida para o processo de iniciação cristã. Dessa forma, se pode apresentar o conteúdo da fé ao mesmo tempo em que se conduz à oração familiar e à leitura orante da Palavra e consequentemente ao desenvolvimento das virtudes evangélicas (300).

O Documento de Aparecida ressalta a importância da catequese familiar, como proveitosa e eficiente na formação conjunta de pais e filhos, propiciando para que todos se tornem testemunhas de fé na comunidade (303).