Pentecostes, ou “festa das
semanas”, (Dt 16,9-12) era a festa judaica que acontecia cinqüenta dias após a
Páscoa e comemorava o término da colheita dos cereais (Ex 34,22; Nm 28,26).
Depois do exílio (acontecido no ano de 587 a.C), na medida em que cada vez
menos judeus trabalhavam a terra, começou-se a celebrar Pentecostes como sendo
a celebração da Aliança e da doação por Deus da Lei a Moisés no Monte Sinai.
• Colocando o dom do Espírito em Pentecostes, Lucas sugere a plenitude da
aliança, não mais com o dom da Lei, mas com o dom do Espírito, que faz
compreender em profundidade a vontade de Deus, o seu projeto. Cumpre-se assim,
o que os profetas anunciavam: não mais um lei escrita, mas uma lei
interiorizada, o próprio Espírito de Deus, capaz de produzir transformações
radicais e levar à vida plena (Jr 31,31-34; Ex 36,25-28).
O Espírito, sinal de vida:
Gn 6, 17 = “Eis que vou fazer cair o dilúvio sobre a terra, uma inundação que
exterminará todo o ser que tenha sopro de vida debaixo do céu. Tudo que está
sobre a terra morrerá”.
Ecle 3, 21= “Quem sabe se o sopro de vida dos filhos dos homens se eleva para o
alto, e o sopro de vida dos brutos desce para a terra?” (12,7= “Antes que a
poeira retorne à terra para se tornar o que era; e antes que o sopro de vida
retorne a Deus que o deu.”). (Is 42,5 = “Eis o que diz o senhor Deus que criou
os céus e os desdobrou, que firmou a terra e toda a sua vegetação, que dá
respiração a seus habitantes, e o sopro vital àqueles que pisam o solo”). (Jó
34, 14s = Se lhe retomasse o sopro, toda carne expiraria no mesmo instante, o
homem voltaria ao pó”). (Sl 103, 29s = “Se desviais o rosto, eles se perturbam;
se lhes retirais o sopro, expiram e voltam ao pó donde saíram. Se enviais,
porém, o vosso sopro, eles revivem e renovais a face da terra”). (a doutrina da
imortalidade da alma só aparece claramente no livro da Sabedoria, ou seja, um
século, pelo menos, depois da redação do Eclesiastes).
TERCEIRA PESSOA DA SANTÍSSIMA TRINDADE
Mt.28,19 = “Ide, pois ensinai a todas as nações; batizai-as em nome do Pai e do
Filho e do Espírito Santo”.
PROCEDE DO PAI
Jo 15, 26 = “Quando vier o Paráclito, que vos enviarei da parte do Pai, o
Espírito da verdade, o qual procede do Pai, dará testemunho de mim”.
ENVIADO DO PAI PARA QUE PERMANEÇA ENTRE OS DISCÍPULOS
Jo 14, 16 = “E eu rogarei ao Pai, e ele vos dará um outro Paráclito, para que
fique eternamente convosco”.
Jo 16, 13 = “Quando vier o Paráclito, o Espírito da verdade, ensinar-vos-á toda
a verdade, porque não falará por si mesmo, mas dirá o que ouvir e
anunciar-vos-á as coisas que virão”.
Jo 20, 22 = “Depois destas palavras, soprou sobre eles dizendo-lhes:Recebei o
Espírito Santo”.
Conhece tudo
I Cor 2, 10 = “Todavia, Deus no-las revelou pelo seu Espírito, porque o
Espírito penetra tudo, mesmo as profundezas de Deus”
DARÁ TESTEMUNHO DE CRISTO
Jo 14, 26 = “disse-vos estas coisas enquanto estou convosco. Mas o Paráclito, o
Espírito Santo, que o Pai enviará em meu nome, ensinar-vos-á todas as coisas, e
vos recordará tudo o que vos tenho dito”.
É O ESPÍRITO QUE CONSTITUI E SANTIFICA A IGREJA
At 2 = “Ficaram todos cheios do Espírito Santo – profetizarão vossos filhos e
vossas filhas. – vosso jovens terão visões – os anciãos sonharão – naqueles
dias derramarei meu Espírito e profetizarão.
Espírito Santo = hebraico - Ruah = força, vento, aquilo que não
se pega mas que age. Em outras passagens temos o significado de sopro, ar,
vento ou força, vida.
No grego = Pneuma = nos séculos 1 e 2 o pensar popular era muito forte o
raciocínio sobre os “espíritos” e o Espírito Santo foi bem aceito. Era o
contexto histórico próprio para todos os espíritos, tanto bons como maus. Lucas
se firma neste modo de pensar e fala abundantemente sobre o Espírito Santo.
Antes de Pentecostes:
• Quando vai acontecer a restauração do Reino de Israel? (Esperam a vinda do
Messias e seu Reinado). A mentalidade é a volta do Reino de Davi e o de
Salomão. – quando Jesus é questionado, ele desconversa e escapa da resposta –
não compete a mim, mas a meu Pai.
• A questão da inatividade do grupo. Ver versículos 8-11 – (olham para o céu) =
inativos.
• Reunião dos Discípulos/as (o movimento de Jesus com a participação das
mulheres que eram, nessa época, excluídas. Mesmo assim elas não participam da
eleição. (O texto colocou antes, pois o Pentecostes é uma renovação, uma
mudança). Os discípulos não estão agindo conforme Jesus. “Esperem o Espírito
Santo”. Ele critica, o autor, a mentalidade desses discípulos.
Para começar, vamos ler At 2, 1-13
A narrativa da vinda do Espírito Santo é muito simples. Estão presentes os
seguidores de Jesus: não somente os apóstolos, mais os discípulos em número de
120, as mulheres e os parentes de Jesus. Ha uma típica teofania, um típico
sinal da manifestação de Deus. Estão presentes os sinais teofânicos: o barulho,
o fogo e o vento. Isso quer significar que quem está agindo é o próprio Deus.
Em outras palavras, “o dinamismo da palavra e da ação dos cristãos não vem
deles mesmo, mas do próprio Deus e de Jesus”.
O Espírito se manifesta simbolicamente como “línguas de fogo”.
Neste capítulo II vemos que também estão reunidos em uma CASA (novo espaço de
reunião, de convivência).
Já não é o espaço do templo, mas uma Casa. As grandes maravilhas já não
acontecem somente no templo.
Lucas quer animar a comunidade. Há pessoas de diferentes nações e línguas (12
povos). 12 povos significam todos os povos.
Todos falam e se entendem. O Espírito Santo é para todos os Povos. Com este
Espírito todos se entendem.
Veja a diferença em Gn. 11, 1-9 = a Torre de Babel. É uma oposição ao fato de
Atos 2.
Cada um fala em sua própria língua e todos se entendem.
O novo Pentecostes é uma Babel ao contrário. Em Babel, um espírito contrário ao
projeto de Deus acabou planejando a construção idolátrica com a conseqüente
dispersão dos homens. Em Pentecostes, o Espírito Santo protagoniza um projeto
que é capaz de unir a todos.
Pentecostes não é só uma vez. São experiências que acontecem dentro da
comunidade. E lá também acontece o Pentecostes. – ver Atos 4, 31 //10, 44-48
//19,1-7.
Pentecostes é a festa das Universalidades. Cada grupo entende em sua própria
língua. Nas diferenças o povo se entende. Lucas Oferece um exemplo de como
todos os povos podem se entender. É um exemplo forte desta proposta, onde todos
se entendem. Cada um pode respeitar as culturas diferentes, línguas diferentes
e se entender. O livro de Atos, mostra em Lucas esta mensagem de compreensão
entre os povos. As diferenças têm que serem respeitadas.
Para conversar:
1-Como os judeus "recebiam" a dominação romana e a cultura do
helenismo?
2-Qual era a idéia de Reino de Deus que Jesus anunciava?
3-Como era exercida a autoridade dentro da comunidade judaica?
4-Que fatores influenciaram no rompimento entre cristãos e judeus?
5-Quais são as afirmações fundamentais do querigma cristão primitivo?
6-Que significa dizer que os evangelhos não são historia de Jesus?
7-Em que sentido o livro de Atos dos Apostolos é "evangelho de Jesus
Cristo?
8-Qual o sentido dos "40 dias" e dos "Doze Apóstolos", no
inicio do livro de Atos?
9-Quais são os Pilares da vida em comunidade? segundo Atos 2,42-47
Obs: Não é necessário entregar as respostas destas perguntas,
entretanto pode ser matéria de prova.
Resposta
às questões levantadas.1ª. a mentalidade grega tinha
invadido tudo; a vida familiar, o nome das pessoas, os costumes, os valores, a
lingua, a politica. Estar dentro desse espirito da cultura grega era questão de
não sentir-se excluido da sociedade. Helenizar-se significava ser cidadão do
mundo. Muitos recebiam este jeito de colonizar dos gregos de braços abertos. O
imperio romano fez questão de manter vivo e difundir ainda mais o espirito da
cultura grega. Os judeus possuiam uma antiga tradição religiosa, cujas raízes
brotavam dos Patriarcas e Profetas. Sobre essa tradição, estava constituida a
identidade do judaismo como nação que se considerava “povo eleito” ou povo de
Deus. A situação politica internacional ameaçava essa identidade. Por isso,
enfrentar os romanos, expulsá-los de sua terra, não pagar o tributo ao
imperador era o que queriam os judeus.
2ª
Jesus falou e mostrou um Reino de Deus que é dos simples, dos pobres, dos
pequenos. Jesus radicalmente se tornou um deles; renunciou a ter casa, riquezas
e propriedades, renunciou até mesmo a ter familia. Jesus nunca definiu o que é
o reino de Deus, falou dele com a vida, toda a vida de Jesus por, si, era sinal
mais evidente de que o Reino de Deus estava aí, proximo, presente. Jesus
encarnava o projeto de Deus, o modo de Deus agir, o Espirito de Deus.
3ª No
tempo de Jesus, a autoridade era exercida pela família dos herodes e pelos
procuradores romanos. Mas dentro do judaismo havia também instituições, grupos
e partidos que exerciam, cada qual a seu modo, a autoridade perante a
comunidade.
4ª A medida que se espalhava por
toda parte, o movimento dos seguidores de jesus ia também demarcando sua
própria identidade e rompendo com suas raizes judaicas. Ai pelos anos 40, já
eram chamados de “cristãos” (cf Atos 11,26). Um acontecimento dramático para a
comunidade judaica da Palestina acabou, indiretamente, jogando mais lenha no
processo desse rompimento: a gerra judaica contra os romanos. Grupos de judeus
nacionalistas começaram, pelo ano 66, um movimento de guerrilha contra a
dominação romana. Despreparados e sem o apoio de boa parcela da população, os
judeus levaram a pior. No ano 70, o exercito romano tomou a capital Jerusalem,
destruiu o templo,matou, escravizou e dispersou os rebeldes. Os seguidores de
Jesus não aderiram a luta contra os romanos. Isso levou os judeus a se
reorganizarem na cidade de YAVINE (jamnia), fechando-se no rigorismo da Lei
farisaica, foi aí então que se deu o rompimento entre os judeus fariseus e os
judeus cristãos.
5ª R. o querigma cristão
primitivo testemunhava basicamente que:
Jesus, judeu, era um
enviado de Deus para libertar o homem de todo jugo;
Foi, no entanto,
condenado à morte pelos chefes de seu povo;
Deus, todavia, o
reconduziu da morte à gloria; de pedra rejeitada tornou-se pedra angular;
Isso fazia parte dos
planos divinos, conforme se podia ler na Lei e nos Profetas, as escrituras
judaicas;
Ele voltaria para julgar
e restaurar o mundo, na linha de um Reino de Deus definitivo;
Tudo isso, finalmente
constituia um convite e um desafio a associar-se no Espírito de Jesus,
batizando-se em seu nome.
Esse nucleo central da
fé cristã nasceu na forma de uma proclamação oral e foi preservado no culto e
em outras reuniões comunitárias, ainda antes de os cristãos romperem com o
judaismo.
6ª Que significa dizer
que os evangelhos não são historia de Jesus?
Os evangelhos nasceram
como resposta aos desafios que as comunidades viviam. Certamente podemos
encontrar nos evangelhos informações de valor histórico sobre a vida de Jesus e
o contexto em que ele viveu. Mas os evangelhos não são a historia de Jesus. Não
são a biografia de Jesus, real ou fictícia. Também não são escritos éticos ou
edificantes, que buscam em Jesus um modelo a ser imitado. Os evangelhos são
antes de tudo, um testemunho cristão. Nasceram interessados não simplesmente no
passado histórico do mestre de Nazaré, mas no sentido que a vida e a morte
daquele homem tinha para o momento presente da comunidade.
As comunidades cristãs
daquele tempo não se perguntavam: quem foi Jesus? Mas: quem é Jesus para nós?
Olhar para Jesus era o jeito de a comunidade encontrar respostas para si mesma,
para seus próprios desafios, no seu presente.
7ª Em que sentido o
livro de Atos dos Apostolos é "evangelho de Jesus Cristo?
Os evangelhos foram
elaborados a partir da organização ou montagem de documentos mais antigos e
soltos. Lá na raiz desses documentos fragmentários estava o anuncio oral sobre
Jesus. Antes, pois, de existirem os quatro evangelhos, já existia o evangelho
único de Jesus Cristo, a sua boa nova, a centralidade de sua pessoa. É por isso
que costumamos dizer: evangelho de Jesus Cristo segundo Marcos, ou Lucas,
etc... A palavra “evangelho” refere-se, portanto, a mensagem de Jesus e ao
texto escrito. Quando, por exemplo, dizemos “evangelho de Lucas”, estamos nos
referindo ao texto escrito elaborado por Lucas. O que está na base desse
escrito, contudo, é sempre o evangelho de Jesus Cristo.
8ª Qual o sentido dos
"40 dias" e dos "Doze Apóstolos", no inicio do livro de
Atos?
Na Bíblia, o numero 40
está quase sempre relacionado com a idéia de preparação para o novo. Assim:
Os 40 anos no deserto
preparam a novidade da terra prometida;
Moisés fica com Deus na
montanha 40 dias e 40 noites, antes de dar as palavras da alinça ao povo (Ex
34,27-28);
Durante 40 dias o
dilúvio se abate sobre a terra, para que a criação de Deus seja renovada (Gn
7,12);
40 dias é o tempo do
jejum e da tentação de Jesus antes que comece a anunciar o Reino de Deus (Mc
1,12-13);
Entre os mestres judeus,
40 dias era o tempo minimo para a iniciação dos discipulos.
O numero 40 simboliza,
pois, a idéia de estágio que antecede o irrompimento do novo. Nessa linha, em
Atos dos Apostolos, a afirmação de que o ressuscitado aparece aos apostolos
durante 40 dias sugere a idéia de preparação para a missão, que se iniciará com
a vinda do Espírito Santo.
9ª Quais são os Pilares
da vida em comunidade? segundo Atos 2,42-47
1º pilar: Perseverança
no ensinamento dos apóstolos.
2º pilar: Comunhão
fraterna.
3º pilar: Fração do pão.
4º pilar: A oração.
Seminário em grupos:
1- Dividir a sala em 3 grupos de trabalho
2- Cada grupo de trabalho aprofundará um estudo sobre determinado partido
(grupos religiosos e sociais), no tempo de Jesus
3- Uma fez feito o estudo, cada grupo apresentará o resultado em sala de aula
(tempo de apresentação: 20 minutos)
4- Antes da apresentação, entregar ao professor um resumo da mesma com os nomes
dos participantes do grupo.
5- A nota do grupo (que pode ser de 0 a 10), dependerá da participação de todos
os membros na explanação do tema