Por favor, avise que esteve aqui, deixando pelo menos um "oi"!

segunda-feira, 22 de setembro de 2014

RUMO À ANTIOQUIA (At 8-15)

Esta unidade pode ser entendida como o prelúdio da missão de Paulo. Fala-se da:

a) Dispersão dos helenistas (8,1ss). A evangelização se expande até a Antioquia (11,19ss). Neste processo de expansão se evangeliza povos pagãos.
b) Vocação de Paulo (9,1ss). Paulo é o grande fruto do modelo de igreja dos Sete, ou melhor, de Antioquia.

c) Intervenção de Pedro (10,1ss). Este gesto prepara a missão de Paulo aos gentios.

d) Fundação da comunidade de Antioquia (11,19ss). Esta cidade será a base da missão de Paulo e foco da expansão missionária.

Todos estes elementos preparam a missão universal de Paulo. Mesmo descrevendo gestos de Pedro, Lc quer descrever e legitimar Paulo.


A segunda parte se divide em duas partes: 


1 - De Jerusalém a Antioquia (8,12)

2 - Antioquia inaugura a missão (13,1-15,35).

1 - De Jerusalém a Antioquia (8-12).

Os capítulos que compõem esta transição têm o claro objetivo de mostrar como a Palavra vai vencendo os obstáculos e vai se abrindo para os povos. Nestes capítulos a abertura ainda é bastante tímida, mas já acontece.

1.1 - Transição 8,1-4)

A perseguição contra todos, menos contra os apóstolos indica para o fato de que os helenistas incomodavam tanto aos judeus como aos romanos. Por isto os Doze não entram nesta perseguição. 8,1 é continuação de 1,8. É o avanço pela Judéia e Samaria até os confins. Os Doze evangelizam na Judéia, Filipe foi à Samaria e agora levam o evangelho até os confins da terra. Etiópia era conhecida por este título.

A segunda parte se divide em duas partes: 


1 - De Jerusalém a Antioquia (8,12)

2 - Antioquia inaugura a missão (13,1-15,35).



1 - De Jerusalém a Antioquia (8-12).

Os capítulos que compõem esta transição têm o claro objetivo de mostrar como a Palavra vai vencendo os obstáculos e vai se abrindo para os povos. Nestes capítulos a abertura ainda é bastante tímida, mas já acontece.


1.1 - Transição 8,1-4)

A perseguição contra todos, menos contra os apóstolos indica para o fato de que os helenistas incomodavam tanto aos judeus como aos romanos. Por isto os Doze não entram nesta perseguição. 8,1 é continuação de 1,8. É o avanço pela Judéia e Samaria até os confins. Os Doze evangelizam na Judéia, Filipe foi à Samaria e agora levam o evangelho até os confins da terra. Etiópia era conhecida por este título. A confirmação é lucana dos anos 80. Os Doze aparecem como autoridade e referência para as Igrejas lucanas, por isto eles legitimam a missão dos Sete que está na raiz de Paulo.


Aqui o Espírito Santo sucede o Batismo. Em Jerusalém ele antecede (2,38). Mas aqui a questão é outra, os apóstolos confirmam a missão dos diáconos. Isto é uma artifício literário de Lc.

A figura de Simão é a imagem que Lc faz da religião popular grega. Tudo aí gira em torno do dinheiro. Lc mostra o contraste entre a religião cristã e a pagã. Os cristãos não agem pelo dinheiro (3,6; 8,20). Daí vem simonia. Tanto Simão como Ananias são amaldiçoados por dinheiro. Simão recebe admoestação e pode invocar perdão, Ananias não teve esta chance. É a primeira vez que se fala de perdão depois do batismo.

Versículos 5 a 15: Aparece a figura de Simão e Felipe.

Felipe = anuncia o Evangelho, cura, faz prodígios, expulsa demônios e batizava
à causou alegria, admiração e muitos o seguiam.

A questão da alegria era importante, pois dentro do contexto histórico, a pobreza era grande e a dominação era cruel. Não havia alegria. Com o trabalho missionário, o ensinamento, somado as benécias de curas, brota a alegria, pois surgiu a esperança. E uma esperança na prática concreta. Uma vivência que a comunidade podia experimentar. Era um novo modo de vida. As palavras e ensinamentos passam a uma prática de vida. Já não eram só palavras espirituais, mas palavras que se estruturava , eram concretas, dentro da vivência diária.

O mesmo que acontecera com Jesus, que pega o barro e cura o cego, dando-lhe vida digna, a mulher que o toca e este partilha sua energia dando cura e vida saudável.

Nesta época, a cura era feita por curandeiros e quando esta cura provém de um pregador que traz a boa nova e com ela uma nova postura de vida e vida saudável, isto é pura admiração e isto conquista seguidores.

Simão = Samaritano, mago, libertava, admirado pelo povo, acreditou em Felipe, sendo chamado de Grande (poder de Deus) – note o que diz: “pretendia ser importante”. 


Pretendia = não era, era intenção para o futuro, para o devir. (ver Mc 9,38-41)- [alguém está expulsando demônios em nome de Cristo]. – Alguém está expulsando demônios e cria conflitos entre os discípulos. Jesus diz: “Deixa fazer. Se é para o bem, tudo certo”. É uma prática que o povo precisa, o governo nada faz e estes então atendendo o povo em suas necessidades. Os discípulos não estão entendendo e Jesus vê a necessidade do povo e não recrimina o que fez prodígios em seu nome; a magia é coisa comum. Não estão fazendo coisas diferentes de nós, mas coisas necessárias ao povo. É uma maneira de tratar as necessidades do povo que sofre.

Simão ao ver Felipe, acredita nele e com ele participa no atendimento ao povo. Esta magia era a forma de ver da época. Nada tem a ver com a “Magia” de hoje, que é um atributo às forças cósmicas ou alheias à natureza real.

Simão é mago, da Samaria, conhecido como alguém que tem poder de Deus. Quando conhece a Boa Nova, se admira, gosta, se batiza e quer continuar na missão. – quanto mais entendemos e pesquisarmos, melhor será nossa fé, pois do contrário será uma fé pré-concebida e incapaz de ver outros ângulos.

No capitulo 8, 14 a 25 – aparece Pedro, João, Simão, Espírito Santo. 


PEDRO E JOÃO = São enviados pela comunidade de Jerusalém (11,22 e 15,22 ), era uma prática das comunidades. 

Em Jerusalém se tinha a idéia de serem o Centro do saber. (11,22). Barnabé é enviado à comunidade de Antioquia e 15,22 . Paulo e Barnabé e alguns enviados à Antioquia.

Pedro e João – então vão para Samaria. Já estão quebrando aquela barreira de impureza aos povos gentios. (seguem a prática de Jesus, quando ele fala com a Samaritana – do exemplo do Samaritano que socorre o assaltado).

Simão é interesseiro e quer comprar o Espírito Santo. Já é outra figura diferente. É a outra face de Simão. “Agora sim, estes têm mais poder. Preciso pagar-lhes e ter este poder também”. Parece ser outra pessoa. Será que a conversa era superficial? Agora ele quer só o poder? Ou ele (v.11) ficara ultrapassado e quer correr atrás do prejuízo, corre atrás de Felipe e depois dos Apóstolos, ou... se os Judeus (comunidade) colocam este “dinheiro” como forma de dizer que os HELENOS, os Samaritanos, os gentios são interesseiros e impróprios para serem os portadores do Evangelho, pois eles seriam os escolhidos? – Muitas interpretações podem surgir. Cada comunidade pensa ter a “Verdade absoluta” e talvez aí achem que outras comunidades não têm a verdade e por isso são incapazes. 

1.3 - A conversão de Paulo 9,1-21 


Este texto apresenta problemas:

- Paulo diz ter recebido uma visão (1Cor 15,8). Em At 9 não se fala de visão, apenas de intervenção.

- Paulo diz que a visão lhe deu vocação de apóstolo (Gl 1,16). At não fala de vocação, mas de conversão.

Lc se inspira nos grandes personagens do AT. Antes de assumirem sua missão, aparecem com algum sinal na história, depois desaparecem, para mais tarde reaparecer: Moisés, Samuel, Saul, Davi, etc. Paulo também age assim, depois da conversão desaparece e mais tarde volta a todo vapor.

Com Paulo a Palavra tem mais uma vitória. Lembra Ex 3 e 2Mc 3. Tanto Paulo como Moisés sentem o apelo de Deus em elementos comuns:

Fogo                                                               Luz

Cobre o rosto                                                 Cegueira (divindade)

Aarão                                                             Ananias



Por que Paulo se converte? Paulo era fariseu e os fariseus eram populares, acreditavam na ressurreição. Ele foi aluno de Gamaliel (22,3), homem aberto e liberal. Paulo certamente se comoveu diante a persistência dos cristão diante do martírio de (Estêvão). Esta persistência mexeu com a consciência de Paulo.

1.4 - Paulo em Jerusalém 9,23-31 


Texto problemático, não fecha com Gl 1,16-24. Gl deveter mais valor histórico, pois vem da mão do próprio Paulo.

Mas Lc não quer fazer história, se não colocar Paulo em comunhão com os Doze.

Em todas as viagens paulinas, a mensagem antes é destinada aos judeus, mas diante da rejeição destes, Paulo se dirige aos gentios.

"Paulo ensinou primeiro em Jerusalém e depois foi para as nações porque foi expulso de Jerusalém."

Esta viagem certamente é forjada para ilustrar a intenção de Lc que quer mostrar aos seus fiéis dos anos 80 que Paulo também anunciava o evangelho aos judeus. Parece que isto não é verdade (Gl 2,7-8).

1.5 - Pedro em Cesaréia 9,32-43

Lida (v.32-35) e Jope (v.36-43) são a ante-sala de Cesaréia (At 10). Temos aqui duas lições:

1º) A continuidade da ação dos apóstolos em relação a de Jesus. Jesus continua agindo por meio de Pedro. Enéas (9,32-35) = Mc 2,1-12 Tabita (Gazela) (9,36-43) = Talita (ovelinha) Mc 5,36- 43; 1Rs 17,17ss.

2º) Pedro, em nome dos apóstolos visita as comunidades como o faz Paulo mais tarde e além disto entra na casa do curtidor e da tecelã. Entrar na casa do curtidor quebra a lei da pureza. Lc habilmente coloca esta missão paulina em Pedro, pois os judeus tinham mais consideração com ele. Deste curtidor (impuro) até os pagãos só havia um passo.

1.6 - Pedro e Cornélio 10,1-11,18 


O batismo de Cornélio (pagão) ocupa lugar de destaque em At. Interrompe o curso normal. É uma antecipação do Concílio de Jerusalém (At 15) e da missão de Paulo.

Lc faz com que Pedro abra a missão de Paulo. Em outras palavras, a missão de Paulo ainda é continuação dos Doze.

Cornélio prepara a missão de Paulo.

Objetivos:

1º) Lc vê com simpatia os chefes romanos em todo livro de At, por isto destaca sua benevolência e conversão. Porém, Pedro não se submete a ele, mas ele se submete a Pedro.

É um caminho para conquistar autoridades.

2º) Cornélio é prosélito. Em Lc quase todos os que aderem à fé já são prosélitos. Lc detesta as religiões gregas.

Aprecia a cultura grega e a religião judaica, pois a religiões gregas eram demais fantasiosas.

3º) Na origem deste ato de Pedro está a o Espírito de Deus (10,2-6; 10,9-16; 10,44-45).

4º) Os gentios também podem ser salvos, também eles recebem o Espírito (10,45).

5º) Pode-se comer junto (10,14-15; 11,2-18), nada é impuro. Na realidade, este gesto de Pedro reflete os problemas originados por Paulo e que Lc agora quer resolver. 

Comparando este texto com Gl 2,12 e com At 15, nota-se certa dificuldade.

Por que fazer o Concílio de Jerusalém se Pedro já tinha resolvido o problema? Por que Paulo diz ser ele apóstolo dos gentios e Pedro dos circuncisos?

O caso Cornélio certamente reflete a conversão de tantos oficiais romanos que de fato aconteceram, mas Lc retoca o fato para ilustrar a prática paulina.


1.7 - Fundação da igreja de Antioquia 11,19,30 


A igreja de Antioquia foi fundada por helenistas expulsos de Jerusalém (8,1-2), logo obedece ao esquema de At 1,8.

A visita de Barnabé (At 11,22) é mais um artifício literário para dizer que há legitimação pelos Doze da nova missão. Barnabé não era dos Doze e nem volta a eles para prestar conta. Para Lc toda nova igreja precisa legitimação dos Doze. Lc coloca Antioquia pacificamente dentro do processo de evangelização que parte de Jerusalém, no entanto,

deve ter havido problemas (Gl 2). Talvez em Antioquia tenha-se batizado os primeiros pagãos não circuncidados. Lc não o cita, pois já colocou Cornélio como modelo. Por causa

disto Lc cala sobre a reação de Barnabé (At 15,36-39; Gl 2,13), já que para ele isto tudo estava resolvido desde Cornélio (At 10). Na realidade, tem-se a impressão de que em Antioquia houve conflitos (Gl 2). Lc não faz menção disto.

Paulo trabalhou um ano em Antioquia (11,26). Provavelmente foi aí que ele formou sua mentalidade anti circuncisão Encontram-se, neste bloco referências a profetas (11,27; 13,1ss). Isto lembra um cristianismo mais carismático, sem muitas estruturas. Este tipo de igreja espontânea, aos poucos perde seu espaço, pois os apóstolos e presbíteros aos poucos ocupam seu lugar, isto é, a igreja se institucionaliza no fim do 1º século. Assim, pode-se falar em:

Apóstolos como fundadores e referência das comunidades, Presbíteros como organizadores das comunidades, Profetas como a parte espontânea da comunidade.

Aos poucos, os profetas perdem seu lugar, pois os presbíteros se declaram herdeiros da tradição apostólica. Assim o papel dos profetas vai se empalidecendo, sua função aparece

como prever o futuro (11,28). Isto é depreciação do papel dos profetas (13,1-5).

1.8 – Fuga miraculosa de Pedro e morte de Angripa - 12

É a última narração sobre Pedro. Ele reaparece no Concílio (15), mas só para legitimar os trabalhos de Paulo. Também este relato sobre Pedro prepara a missão de Paulo.

Paulo foi preso (16,16ss), mas já Pedro passou por isto, ou seja, Lc coloca Paulo em continuidade com Pedro. A marcha da Palavra avança, ninguém a pode barrar, os apóstolos são presos, mas isto não significa derrota.

O presente relato parece uma costura de três antigos textos: a morte de Tiago (12,2), a prisão de Pedro (12,3-19) e a morte de Agripa (12,20-23).

Chama a atenção como Lc só dedica um versículo para descrever o martírio do primeiro apóstolo aí pelos anos 43-44 (12,2), quando ele dedicou um capítulo inteiro para narrar o martírio de Estêvão (7). Isto já mostra que, com Lc estamos num outro modelo de Igreja.

No relato da libertação de Pedro, Lc deve ter usado uma velha tradição de Jerusalém que mostra como Deus interveio nos momentos difíceis. A prisão de Pedro lembra a de Jesus.

Também ela aconteceu na Páscoa (ázimos). Jesus foi vigiado na sepultura; Pedro, na prisão. Jesus ressuscita e os guardas ficam; Pedro escapa e os guardas nem percebem. Pedro vai e encontra a mulher que não consegue comunicar; Jesus ressuscita, mas os apóstolos pensam que as mulheres deliram (Lc 24,1). Jesus pede que avisem os irmãos (Jo 20,17b; Mc 16,7); Pedro também diz: "Contem isto a Tiago e aos irmãos" (12,17b). A fuga de Pedro na Páscoa lembra também a fuga do Egito, quando Deus interveio na libertação. Assim, a libertação de Pedro é continuidade do povo de Israel e de Jesus, mais tarde Paulo continua sua obra.

O relato sobre a morte de Agripa certamente vem do mundo judaico. Herodes morre, não por ter perseguido Pedro, mas por não ter dado glória a Deus, e por ter aceito honras divinas. Flávio Josefo fala de Agripa I que se sentiu mal numa festa e cinco dias depois morreu. Lc fez uma costura e aplicou à morte de Agripa a punição de Deus.

Em suma, o capítulo é uma advertência aos perseguidores:



Não conseguem parar a Palavra e ainda correm o risco de serem castigados. Esta advertência se dirige aos judeus que são ameaça aos cristãos. Ainda há bem mais judeus do que cristãos, e apesar da destruição dos anos 70, eles ainda têm certo poder. Lc anima os cristãos vindos do judaísmo a não temer seus antigos companheiros, agora perseguidores, pois Deus os protege.


Neste texto transparece a Igreja doméstica, isto é, a Igreja se reunia na casa da mãe de Marcos (12,12). Isto indica que as Igrejas eram domésticas e que as mulheres, tinham nelas, papel preponderante.

1.9 - Antioquia inaugura a missão - Os Atos de Paulo 13,1-15,35

No capítulo 13 começa o verdadeiro tema do livro: os atos de Paulo.

"Tudo o que foi narrado até aqui tinha por finalidade mostrar a continuidade entre Paulo e a Igreja de Jerusalém, a Igreja dos apóstolos e, por intermédio desta, a história de Israel, o povo de Deus"10.

"O objeto do livro dos At consiste em mostrar que Paulo, e, com ele, as comunidades de fundação paulina, constituem a continuação e a realização acabada do povo de Deus preparado através de toda a história de Israel, da história de Jesus e da comunidade de Jerusalém”.

Paulo não é bem visto pelos judeus. Conseqüentemente suas comunidades são vistas como abortivas. Paulo é visto como traidor do judaísmo por sua abertura aos pagãos. Os judeus de Jâmnia pressionavam os judeu-cristãos a voltarem para o redil.

“Lucas escreve a sua obra para persuadi-los a permanecer no cristianismo. Longe de trair o seu povo Israel, encontrarão o seu perfeito acabamento”.

Lucas tinha que provar que Paulo era fiel ao judaísmo, apesar de vê-lo expulso das sinagogas e rejeitado pelas autoridades judaicas.

Lc vê dois grupos em questão:

a) Judeu - cristãos; 


b) Prosélitos - gentios apegados ao judaísmo.

Como manter fiéis os cristãos vindos destas duas correntes se elas sabem que o cristianismo de Paulo é uma traição ao judaísmo? Lc mostra que os traidores são as autoridades judaicas e não Paulo.

Lucas pintou um Paulo aceitável aos judeus que o detestavam. O Paulo de Lc, isto é, dos At, é bem mais judaico que o Paulo das epístolas. Em At ele é bem açucarado. Enquanto o Paulo real era quase violento.

O Paulo de Lc é bem fariseu, acredita na ressurreição e com isto não fere os fariseus. Sempre se dirige por primeiro aos judeus e só depois aos tementes. Quase sempre as conversões são de prosélitos e de tementes, e raramente de pagãos. Quando Paulo vai aos gentios, ele o faz por obra do Espírito Santo (16,9). Além do mais, quando Paulo vai aos gentios ele simplesmente segue a Pedro e a Igreja de Jerusalém. Antecipando o Concílio, Lc inocenta Paulo: Ele só fez o que foi aprovado por Pedro e por Jerusalém. Isto dava ânimo aos judeus assustados com a fama de Paulo.

Lc coloca Paulo na esteira de Pedro, mas não menciona o conflito entre os dois (cf. Gl 2,11-14). Para Lc este problema já foi superado (At 10 e 15). Mas para não irritar os judeus, fez um aparte: 15,20.29. Alegrou a gregos e troianos.

Lc também silencia o conflito entre Paulo e Barnabé (Gl 2,13). Diz que a causa do desentendimento entre os dois foi Marcos (At 15,39), isto seria um problema puramente organizacional e não doutrinal. O que parece pouco verossímil.

O centro dos At é o processo de Paulo. Como nos evangelhos, tudo se orienta para o processo final. Paulo, como Jesus, são executados pelos romanos, mas o interesse de Lc

é outro: os culpados são as autoridades judaicas. Lc não condena Roma, mas os chefes judeus. O que conta não é a morte real sofrida em Roma, mas o processo levantado em Jerusalém.

Os v.1-3 refletem novo modelo de igreja, diferente da dos Doze, bem com da dos Sete. Agora são os Cinco. Ali existem doutores e profetas. Isto representa um caráter carismático

que aos poucos desaparece, dando lugar à estrutura institucionalizada. A estrutura dos cinco parece não ter propriamente um líder, ou seja, os cinco são líderes animados pelo Espírito. Os cinco formam um colégio. Não são ainda itinerantes.

- Profetas exortam e fortalecem

- Doutores ensinam

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Fique a vontade, sua opinião é muito importante!